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Sim, sim, Joaquim, é isso. Mas dá-me um certo gozo denunciar estas patéticas situações.


Recordo, a propósito, versos do "País Relativo" do O'Neill.

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País dos gigantones que passeiam
a importância e o papelão,
inaugurando esquichos no engonço
do gesto e do chavão.

E ainda há quem os ouça, quem os leia,
lhes agradeça a fontanária ideia!
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Nhurro país que nunca se desdiz.
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Agradeço o teu post e aqui vai foto, especialmente para Ti.  É um motivo torriense, perto dos stands de automóveis, na saída Sul.
As fotos não se querem bonitas mas esta é mesmo fofinha...
Abraço fraterno





A 7ª história (Rua Manuel César Candeias)



Depois de uma abordagem histórica, o regresso à cidade e às histórias das suas ruas.

Agora a 7ª, a propósito da rua Manuel César Candeias, a da Policia. Como em muitas outras, também ela mereceu, por parte da CM, a classificação de “rua de proibição de inversão de sentido de marcha”. A PSP também lhe atribui este título e acha bem.  É por isso (!), disseram-me na Esquadra,  que “é uma rua de sentido único  e para não se colocar um sinal de 10 em 10 metros coloca-se só um no princípio”!
No fim da rua não se pode virar para a esquerda, está lá o sinal e bem. Como bem poderia estar no princípio da rua, ao lado do outro da mesma família, disse eu,  explicando porquê, mas aqui o agente, irritado, quebrou o diálogo e mandou-me estudar o código...
Uns dias antes consultei duas Escolas de Condução da cidade para saber como deveriam ser sinalizadas tais ruas e o meu espanto foi maior: “O sinal está bem, mas certo, certo, era colocar também o de “sentido único”!! Numa outra Escola foi-me dito que sim, estava certo e que a “proibição funcionava até à próxima intersecção”!!!

Câmara Municipal, Policia, Escolas de Condução?!?!
Viva Torres Vedras!

O 1º Sinal de Trânsito da cidade de Lisboa (Rua do Salvador, Alfama)




"Ano de 1686 - Sua Majestade ordena que os coches, seges e liteiras que vierem da Portaria de
S.Salvador, recuem par a mesma parte"

Trata-se do 1º Sinal de trânsito da cidade



A Rua do Salvador na década de 1980 (Jornal "A Capital" de 16 de Abril 83)
Visível a D.Conceição




A Rua do Salvador na actualidade, vendo-se a placa no canto inferior direito




A D. Conceição à porta de sua casa no Pátio dos Quintalinhos, às Escolas Gerais.


Conhecemo-nos em 2006 (tinha ela  92 anos)  quando ali me desloquei para registar umas fotos do local onde funcionou a 1ª Universidade portuguesa, em 1290, a mando do Rei D.Dinis.
- Aqui mesmo, disse-me, apontando para o interior da casa, era uma sala de aula...!
Foi esta Senhora quem  me transmitiu informação histórica que desconhecia. Foi ela quem me ofereceu um exemplar do  do Jornal  "A Capital" com uma reportagem sobre o assunto.
Visitei-a várias vezes e ofereci-lhe esta fotografia emoldurada. Nunca mais ali fui, depois de, da última vez, me ter dito que não sabia quem eu era...
Soube, entretanto. da sua morte.       



O que se escreveu, a propósito...
       
  "Pela estreiteza das antigas ruas, pela sua tortuosidade...uma das dificuldades da polícia era os atropelamentos e os encontros forçados de dois coches ou liteiras onde o recuo era extremamente penoso e impossível voltear ou tornejar".
"Daí se originavam contendas medonhas entre os lacaios e até os próprios amos não lhes eram indiferente. Da vozearia passava-se a vias de facto; e, por causa de dois coches embetesgados numa viela esconça amotinava-se um bairro" (Júlio Castilho)
Para pôr cobro a esta situação, D.Pedro II manda publicar legislação adequada da qual este sinal é um exemplo. Placas semelhantes foram colocadas na Calçada de S.Vicente, S.Tomé, Largo de Sta Luzia, etc.
Os infractores "eram punidos com cinco anos de degredo para a Baia, Pernambuco ou Rio de Janeiro e dois cruzados de multa, salvo chegando a ponto de puxarem por armas porque então lhes cominavam as penas dos desafios"
Por melhores que fossem os propósitos régios, era praticamente impossível resolver os problemas do trânsito face às dimensões dos coches e liteiras e à estreiteza das ruas.



A 6ª história (Rua da Várzea+Largo do Palácio da Justiça)

Volto às Ruas e às suas típicas situações. Agora a da Várzea, estreita também e de um só sentido, inevitavelmente, que nem era preciso dizê-lo ou mostrá-lo. Mas a CM, ao enfatizar, estampa-se e soma mais um desastre.
Por esta Rua se chega ao Tribunal, cujo Largo é servido por dois parcómetros que se avariam com frequência, facto que tem merecido reparos dos utentes. Nestes, não se incluem, obviamente, os autorizados, nem os que, por  razões obscuras, se servem da zona circundante do Palácio, especialmente nos dias soalheiros de verão.
Deste Largo pode entrar-se na Rua Maria Barreto Bastos, mas, atenção, nada de peões porque a Câmara proíbe.